Fanfic Jelena, mas a principal não é a Selena. Caso não gostem, imaginem outra pesssoa.
1. Beginning of the end. (Início do fim)
Algumas vezes na vida as coisas dão errado quando a
gente menos espera. Elas simplesmente desmoronam como uma montanha de areia após
uma ventania. E foi assim comigo. Eu tinha a vida que todos sonham, mas ela foi
tirada de mim como uma criança pode ser arrancada dos braços da mãe. Pode ser
uma comparação forte, mas foi assim que eu me senti.
Quando sentei à mesa para o café com meus mais
naquela manhã, eu sabia que havia algo errado. O clima estava pesado, eles
estavam sérios, de poucas palavras. O que eu não esperava era que me afetasse
em uma proporção tão grande.
[...]
Após me despedir de meus pais eu fui até meu quarto
buscar minha bolsa para ir para a escola. Chequei como eu aparentava no espelho
mais uma vez, pra me certificar que o cabelo e a maquiagem ainda estavam no
lugar, e retoquei o gloss.
Meu carro me aguardava no jardim, um Maserati
GranCabrio Sport que ganhei ano passado no meu aniversário de 16 anos, larguei
minha bolsa no banco do passageiro e entrei nele. Eu definitivamente amava meu
carro, e ainda mais os olhares que recebia ao entrar com ele no estacionamento
da escola. E, claro, naquele dia não seria diferente.
Estacionei o carro na vaga de sempre, reservada
apenas pra mim, e dei um tempo no carro. Logo meu celular começou a tocar. Era Alyssa,
minha melhor amiga. Ela estava atrasada para a escola e perguntou se eu poderia
passar na casa dela, mas avisei que já estava indo pra aula.
A primeira aula de quinta é de história. Enquanto o
professor falava sobre Esparta e Atenas minha mente voltou para o café da
manhã. Meus pais estavam estranhos e havia alguma coisa que eles não estavam me
contando.
Eu preferia que eles não tivessem me contado.
O sino soou fazendo com que todos os alunos se levantassem
e saíssem da sala, interrompendo o que o professor explicava. Guardei meu
caderno e minha caneta na bolsa e deixei a sala. Na área da escola tem uma livraria/biblioteca
que vende de tudo, desde jornais até best-sellers e com o celular em mãos eu
caminhei até lá pra tentar encontrar um livro para o trabalho que o Sr. Irvine
havia passado.
Na pequena livraria/biblioteca, que eu nunca tinha
entrado realmente, enquanto eu esperava a senhora procurar o volume do livro
que precisava, eu dei uma olhada nas prateleiras lotadas com diversos títulos,
um mais convidativo que outro até que o reflexo do sol chamou minha atenção
para 'Cidade dos Ossos'. Retirei-o da prateleira e folheei algumas páginas, me
interessei logo no início e a capa era realmente muito bonita. O loiro musculoso,
tatuado com runas e reluzente acima de New York, o detalhe metalizado em toda
capa e o comentário “Divertido, sombrio e sexy” me incitou a comprar um
exemplar para ler.
Meu celular
começou a vibrar e eu atendi antes que tocasse e atrapalhasse quem estava
concentrado lendo. Era Liam, meu namorado.
— Hey, baby! – Falei enquanto colocava Cidade dos
Ossos no lugar. — Onde você tá? Fui até sua sala, mas você já tinha saído...
— Eu to na biblioteca do campus. Um segundo a bibliotecária
voltou. Vem até aqui. – Ouvi-o dizendo "tudo bem" e desliguei.
— Encontrou? – perguntei à moça.
— Desculpe-me, querida, mas a ultima pessoa que pegou
ainda não devolveu...
Revirei os olhos. — Tudo bem, obrigada.
Saí pela porta e Liam estava encostado no muro
mexendo no telefone.
— Desde quando Rebecca Hills se esquece do namorado
pra ir a uma livraria? Pois é, o mundo realmente gira.
Não consigo deixar de rir, mas pensando bem não é uma
coisa comum de se acontecer.
— Ah, cale-se. – disse rindo – Rebecca Hills ainda
faz trabalhos escolares.
— É mesmo? E beijar o namorado, ela ainda faz isso? –
Ele sapecou e fez biquinho.
— Uhum – murmurei.
Tirei a mão dele com o celular do caminho, ele
segurou minha cintura e me puxou pra perto. Eu o beijei calmamente.
— Quer alguma coisa pra comer? – Liam perguntou
enquanto caminhávamos lado a lado.
— Eu tenho que encontrar a Alyssa, compra e leva pra
mim, ok?!
— Virei seu escravo, Becca? – Ele parou de andar e
ficou me encarando.
— Ah, para. – Abracei seus ombros por trás e ele
andou com má vontade, me fazendo sorrir.
Quase sempre eu conseguia que ele
fizesse o que eu queria. Ele parou na lanchonete e eu voltei pra escola.
Alyssa, Hailey e Natalie estavam sentadas em uma das mesas ao ar livre.
— Cheguei! – Anunciei e sentei-me no assento vazio ao
lado da prima de Hailey. Natalie.
— Becca, estávamos falando da festa de sexta na
praia.
— Que festa?
— 'A' Festa – Disseram elas em coro, dando ênfase.
— É a primeira edição da Califórnia. - disse Alyssa —
Vai rolar de tudo, inclusive ta prevista pra durar duas noites seguidas.
— Hum – murmurei sem dar muita importância - não to
muito a fim de festas...
— Não até ver isso. – Hailey virou o telefone pra
mim, passando fotos de edições anteriores.
Lugares lotados e pessoas suadas
dançando grudadas foi tudo o que vi.
— E aí, do que estão falando? – Liam perguntou
sentando do meu lado, apoiando a bandeja na mesa e colocando o braço em volta
da minha nuca. Apesar de ele ter perguntado, ele não queria realmente saber. Liam
ignorou completamente as meninas e virou meu rosto pra ele, me beijando. Toquei
seu rosto com a palma da mão, seguindo para a nuca e o puxando mais para mim.
— Ei, vocês já podem parar – reclamou Hailey – nós
estamos falando!
Liam riu e começou a comer seu hambúrguer.
— Prossigam.
— Você precisa ir com a gente, Rebecca! – Ally
implorou.
— Verdade. – concordou Hailey – Até a Natalie vai,
não é mesmo?
— É. – Natalie respondeu sem tirar os olhos do
celular.
— Ir pra onde? – questionou Liam, de boca cheia.
— Engole isso primeiro, seu nojento. – Dei um tapa em
suas costas.
— Blue Sky L.A. – Reviro os olhos.
Comecei a comer meu sanduiche natural e ele bebeu um
pouco do refrigerante antes de continuar falando.
— Eu conto os dias pra essa festa há meses.
— Vish, Becca. Se eu fosse você não deixaria o Liam
solto numa festa dessas.
Dei de ombros e eles deram continuidade ao assunto da
festa. Eu, particularmente, não gostava muito de festas. Eu ia a várias, mas
não é meu modo de lazer preferido. E sobre essa eu não tinha interesse nenhum.
Ainda mais com o clima pesado de casa que não me deixava pensar em outra coisa.
No fim das aulas eu esperei por Alyssa e Hailey no
carro, pois tínhamos combinado de ir para o shopping. Elas não demoraram a
aparecer e o caminho para o shopping fora rápido. Por algum milagre naquele dia
não tinha trânsito.
— Por que a Natalie não quis vir? – Ally perguntou
pra Hailey enquanto ajeitava os cabelos loiros no espelho.
— Disse ela que iria estudar.
— E qual é a daquele cabelo rosa dela? Ela acha mesmo
que está bonito?
Hailey deu de ombros, mas pude ver que ele estava
desconfortável com a boca grande da Ally.
— Mas se ela gosta, Ally...
— Vamos esquecer o cabelo da Nat e pensar naqueles
óculos em mim.
— Vão lá que eu vou até a livraria procurar o livro
pro trabalho, okay?!
Não dei tempo para que elas respondessem e saí
andando, jogando os cabelos por cima dos ombros. Um atendente gatinho me
atendeu e perguntou se eu estava procurando algo específico. Disse para ele o
nome do livro e ele foi buscar. Nesse tempo eu encontrei novamente Cidade dos
Ossos e resolvi comprar, não seria coincidência eu achar o mesmo livro duas
vezes sem procurar. O atendente voltou com o livro que pedi, eu paguei os dois
e saí da livraria.
Encontrei Hailey e Alyssa comprando Sundaes no
McDonald’s e aproveitei para comprar um pra mim também. Demos uma olhada rápida
nas coisas, já que quase não tinham novidades pelo fato de nós virmos pra cá
toda semana, e depois eu as deixei em casa.
Fui pra casa ao som de Ellie Goulding e quando
adentrei o jardim pelos portões o carro de Liam estava estacionado. Peguei
minha bolsa e a sacola da livraria e entrei em casa. Nem sinal dos meus pais,
como de costume. Subi as escadas e dentro do quarto Liam me esperava deitado na
cama assistindo TV.
— Você demorou...
— Depois do shopping eu fui levar as garotas em casa
e tinha trânsito pra cá – expliquei. — Vou tomar banho, não saia daí.
Larguei as bolsas em cima da poltrona e entrei no
banheiro. Descalcei as botas, tirei a calça jeans com dificuldade e depois a
blusa e o casaco roxo listrado. Parei em frente a pia e prendi o cabelo em um
rabo de cavalo, em seguida escovei os dentes. Terminei de me despir e entrei no
box. Deixei que água quente caísse sobre meu corpo por um tempo até me
ensaboar. A porta do banheiro se abriu e eu pude ver pelo vidro embaçado que
era Liam.
— Liam, sai daqui!
Ele me ignorou completamente e caminhou em direção ao
box, ao mesmo tempo que ele abria a porta de correr eu peguei a toalha e me
cobri.
— Não tem nada aí que eu já não tenha visto, Bex.
— Mesmo assim, sai fora. — Dessa vez ele me ouviu e saiu do banheiro.
Terminei o banho e me enrolei na toalha. Foi quando
percebi que não havia levado roupa nenhuma para o banheiro. Voltei para o
quarto e Liam, viciado, jogava no celular. A blusa que iria vestir estava
pendurada na cabeceira da cama onde ele estava. Eu sabia que seria um perigo ir
só de toalha pra perto dele, mas eu não tinha escolha.
Fui até a cabeceira e em questão de segundos Liam
largou o celular e me puxou por cima dele me fazendo cair na cama, logo me
beijando. Um beijo cheio de necessidade. Sua língua percorrendo minha boca, seu
hálito doce. Seus lábios traçaram uma linha até meu pescoço, me fazendo
arrepiar, descendo até o colo ao mesmo tempo em que sua mão alisava minha coxa exposta.
Com uma mão eu o puxava mais para mim e a outra eu
puxava seu cabelo. Liam abriu a toalha com os dentes e depositou beijos entre
meus seios, subindo novamente, voltando a beijar minha boca.
— Rebecca? Seu pai e eu precisamos falar com você,
querida! – Minha mãe gritou do pé da escada.
Liam deu um pulo e ajeitou o cabelo e a roupa com
cara de assustado. Gargalhei e fechei a toalha novamente, sentando na cama.
— Comete o crime e na foge na hora do perigo, amor?
Ele me olhou torto, mas depois riu passando a mão na
testa, aliviado.
Como eu não sabia sobre o que meus pais queriam
conversar e eu tinha um pressentimento que era pela falta de palavras do café,
eu preferi que Liam fosse pra casa. Despedi-me de Liam e vesti o pijama. Desci
as escadas sem pressa e fui até o escritório. Abri as portas de correr e meus
pais me esperavam no cômodo. Papai atrás de sua mesa e mamãe no sofá preto no
lado direito da sala.
— Queriam falar comigo? – perguntei calmamente.
— Rebecca, sente-se, filha. – ele pediu.
— Prefiro ficar de pé, caso eu tenha feito besteira
dá tempo de fugir. – brinquei, mas eles tampouco acharam graça.
— Você não fez nada de errado, mas precisamos que
leve isso a sério.
— Tudo bem. Podem falar, sou toda ouvidos.
O silêncio pairou na sala por alguns segundos até que
minha mãe começou.
— Antes de tudo você precisa saber que nós te amamos.
– ela disse com os olhos marejados.
— Não tem jeito fácil de dizer isso, e mesmo que
tivesse sua reação seria a mesma, eu te conheço. – meu pai continuou — Desde
criança você odeia noticias ruins. Lembro de uma vez que cancelamos a viagem
pra Disney...
— Pai, foco. – pedi.
— Certo. Eu tinha medo que esse dia chegasse e agora
que chegou eu não sei como dizer. Nó... nós não somos seus pais biológicos. –
ele gagueja – Você é adotada, Rebecca.
Continua...
Bom, esse primeiro capítulo é para vocês terem uma ideia de como era a vida da Rebecca antes da 'grande' notícia. Em apenas um capítulo não dá pra ficar sabendo como era exatamente a vida perfeita dela, mas vocês conhecerão mais disso através de flashbacks.
Justin não apareceu ainda, mas tenham calma. Logo ele irá aparecer e causando reviravoltas! ;)
Postarei capítulo novo toda quinta, a não ser que fique pronto antes.
Comentem o que acharam e se querem mais, até quinta :*
Ps: Em breve disponibilizarei o trailer!