31/07/2015

Redemption 4 - First Sign


4. Primeiro Sinal
POV. Justin
Depois do “incidente” com David naquela manhã eu fui para casa garantir que minha mãe passaria o dia fora, pois quando a polícia desse as caras – e eu tinha certeza que iria –, eu não precisasse lidar com ela nervosa e fazendo perguntas. Era óbvio que quando David acordasse no hospital me denunciar por agressão seria a primeira coisa que ele faria. E não deu outra. Na mesma tarde uma viatura parou na frente de casa e dois policiais tocaram o interfone, procurando por mim.
Logo eu atendi.
─ Estamos procurando pelo Sr. Bieber. – O policial mais alto perguntou.
─ Sou eu. – respondi com cautela.
─ Hoje de manhã recebemos uma denúncia dá própria vítima acusando o senhor de agressão, portanto precisaremos levar o senhor até a delegacia para prestar depoimento.
─ Tudo bem, deixe que eu pegue meus documentos.
─ Desculpe-nos, mas não podemos deixar que saia de nossas vistas. – o mais baixo falou.
─ Vocês não estão achando que eu vou entrar e fugir pelos fundos, estão? – brinquei, mas eles permaneceram sérios.
─ Peça para alguém lhe trazer seus documentos, garoto.
Tirei o celular do bolso e liguei para o telefone de casa, não demorou muito para que Rosalinda, nossa empregada, atendesse. Pedi pra que ela trouxesse meus documentos até o portão de entrada sem dar explicações. Quando ela apareceu na porta pude ver sua irritação por eu pedir algo tão bobo, mas quando ela se aproximou e viu os policiais comigo seu olhar se tornou alarmado.
─ O que está acontecendo, Justin?
─ Não é nada de mais, não se preocupe, Rosa. Daqui a pouco eu estou de volta, obrigado.
─ Mas e o que eu falo pra sua mãe quando ela chegar perguntando do senhor? – Eu insisto pra que ela me chame só de Justin, mas ela é ainda mais teimosa e insiste em me chamar de ‘senhor’.
─ Inventa qualquer coisa, só não diz que eu fui pra delegacia.
─ Ai, garoto, você só me arruma problema. Tudo bem, vá logo.
─ Obrigada, Rosa linda. – fiz um trocadilho com seu nome e ela riu.
[...]
Lá estava eu sentado naquela sala 4x4 com apenas uma mesa vazia na minha frente e a luz amarelada quase me cegando, enquanto eu esperava pelo delegado. Já havia se passado quase quarenta minutos desde que me colocaram lá dentro, era mais como se eu tivesse cometido um assassinato do que só me defendido de um pirralho metido.
A porta foi aberta e um homem que aparentava ter 50 anos, vestido com um terno cinza barato, entrou na sala e sentou-se à minha frente, jogando uma pasta em cima da mesa. Nela eu pude ver uma foto minha dentro e meu nome.
 ─ Justin Bieber, acusado de agressão física, resultando na vítima hospitalizada.
─ Ah, por favor. – debochei. – Aquele lá ta fazendo drama.
─ Eu ficaria quieto, garoto, os fatos estão contra você.
─ Foi autodefesa. – me irritei, levantando da cadeira com raiva.
─ Acalme-se, Bieber. Sente-se, por favor. – Admito que toda a falsa calmaria daquele homem estava me dando nos nervos. ─ Voltando, sou o Delegado Norman Talbot e irei analisar seu caso.
─ Mas não tem nada pra analisar. Ele me atacou, eu me defendi. Fim da história.
─ Na denúncia, David Bates alegou que o senhor, Justin, o persegue nas aulas de dança e profere discursos de ódio contra ele?!
─ Claro que não!
─ Ok... Agora quero saber o seu lado da história.
─ Na ultima aula que dei, um dos alunos teve problemas com a namorada de David, eles se esbarraram e Kara saiu machucada. David ameaçou bater em Lucas e eu me coloquei na frente para impedi-lo de machucar Lucas. Foi onde consegui isso aqui. – Apontei para me olho ainda roxo. – Os 3 foram levados para a sala do diretor da academia e Kara e David foram suspensos. Eu que não estava me sentindo muito bem e só piorei depois do soco que levei no olho, terminei a aula mais cedo e estava caminhando até meu carro quando David chegou por trás e me prendeu contra meu carro e me ameaçou, caso eu não colocasse Kara de volta nas aulas. Eu disse que não ia fazer, até porque não era minha decisão e ele voltou a me bater, só que dessa vez eu me defendi e logo ele caiu. Mas então eu já não estava pensando claramente e continuei batendo, sem perceber o estado em que ele estava, até que Ryan chegou e impediu de fazer uma besteira maior. E foi isso.
─ Bom, vejamos. A sua versão bate com a de seu amigo Ryan e também do garoto Lucas, discordando das versões de Kara e David, o que me deixa num impasse. A pena por agressão física é de 1 à 3 meses de prisão, mas como a história não está totalmente clara pra mim, os dois – você e David – irão prestar serviços comunitários em Simi Valley e Lancaster, respectivamente, durante 2 meses.
A porta da sala foi aberta e um policial informou o delegado sobre alguns adolescentes com drogas em uma festa. O delegado, antes de deixar a sala, se virou pra mim e concluiu:
— Você está liberado, pode passar na recepção e buscar seus pertences. E, ah, talvez você devesse procurar um médico pra esse seu problema de perda de controle. Tenha uma boa noite. – Assenti.
Noite? Por quanto tempo eu fiquei aqui?
Ao chegar à recepção pude ver que a delegacia estava um caos. Muitos policiais entrando e saindo, levando jovens e adolescentes algemados para dentro das celas, telefones tocando, falação. Isso definitivamente não era bom pra mim.
Eu precisava sair dali antes de perder a cabeça novamente.
[...]
POV. Rebecca
A imundice da cela me dava ânsia de vômito, mas não havia nada que eu pudesse fazer, afinal, eu mesma tinha me colocado naquela situação. Depois de duas horas sentada no chão frio e ter recobrado minha consciência eu só conseguia pensar no quanto eu tinha sido estúpida.
Onde eu estava com a cabeça quando resolvi experimentar drogas num quarto de hotel com meu primo traficante e seu amigo que só Deus sabe de onde saiu? Eu estava perdida com tudo que acontecera nos últimos dias, mas não é justificativa. Nunca recebi notícias ruins de uma forma boa, ou pelo menos enxergo o lado positivo delas, mas isso... Eu definitivamente enlouqueci.
Agora estou atrás das grades, em cana, e serei fichada. Tudo porque eu não soube lidar com o fato de que fui adotada e não terei mais o dinheiro para manter meus luxos. Eu sou uma idiota.
Despertei de meus pensamentos quando algo bateu na grade da cela, um guarda havia batido as chaves. O guarda e meu pai estavam parados do outro lado me observando. O guarda indiferente e meu pai, vestido de terno e gravata divergindo com a sujeira do local, me olhava desacreditado.
— Alguma coisa a dizer antes de sair? – ele questionou.
— Não era pra ter acontecido isso. – Foi o que consegui dizer.
— Com certeza não. – meu pai ironizou.
A cela foi aberta e eu pude sair, caminhamos pelo corredor em silêncio com os dois atrás de mim. Andei rígida, pois os dois sem dizer nada me intimidavam.
Deus! Onde eu fui me meter? O que eu fiz para merecer essa virada de vida pra pior? Não poderia tudo ter ficado do jeito que era? Eu sei que ultimamente eu só penso em voltar atrás e também sei que não vai acontecer, mas eu continuo me iludindo, pensando que isso tudo é apenas um sonho ruim. Um pesadelo. Pois eu preciso de algo pra me agarrar pra continuar de pé, mesmo que seja um passado lotado de mentiras e felicidades irreais.
Quando chegamos em casa, depois de um caminho de completo silêncio, minha mãe nos esperava aflita na sala de estar. Quando me viu entrar se pôs de pé e andou apressada até onde eu estava e me abraçou forte.
— Graças a Deus! Está tudo bem com você, filha? Eu fiquei tão preocupada. Eu poderia processá-los por levar você para a delegacia. Seu pai deve ter esclarecido lá que foi tudo eu erro.
Meu corpo enrijeceu na hora. Ela não sabia o que eu havia feito. E meu pai com certeza iria contar. Nossa! Como eu gostaria de poder voltar algumas horas. Meu pai entrou pisando firme dentro de casa e minha mãe o olhou com preocupação. Ele marchou até a mesa de canto e encheu um copo com bebida, bebendo tudo de uma vez.
— Mas o que houve, Sebastian? Por que você está desse jeito?
— E você ainda pergunta? Eu tive que ir buscar SUA filha em uma delegacia cheia de adolescentes delinquentes. – Acredite em mim, doeu ao ouvir aquelas palavras. – E o pior é que ela merecia estar lá.
— Nossa filha. – ela o corrigiu. – O que quer dizer com ‘ela merecia’?
— Sua filinha perfeita estava se drogando em um quarto de hotel com o SEU sobrinho, Chuck.
Fechei os olhos com força e tampei os ouvidos quando ele gritou. Eu nunca o tinha visto dessa maneira, ele nunca havia gritado com a minha mãe, pelo menos não na minha frente. E então ele estava completamente alterado e por minha causa.
— Rebecca! Isso é verdade? – minha mãe perguntou olhando diretamente pra mim, sem querer acreditar.
— Eu acho que as lágrimas falsas dela comprovam o que eu digo.
Respirei fundo. — É, é verdade sim. – confirmo. – Mas eu não sei por que estão tão preocupados, afinal eu não sou filha de nenhum dos dois mesmo.
O silêncio pairou sobre a sala e ninguém falou nada por longos segundos. Sebastian voltou a encher seu copo e minha mãe sentou-se no sofá, derrotada. Eu queria sumir dali, como num passe de mágica, mas eu também não poderia. Não era assim que eu queria passar os últimos dias com as pessoas que foram minha família durante toda a minha vida. Eu sei, soa confuso, devido ao que eu acabei de dizer, mas não era aquilo que eu realmente pensava.
Contra a minha vontade as lágrimas começaram a cair e eu me sentei no sofá, sabendo que se eu continuasse de pé, eu desabaria. Eu não queria chorar na frente deles, eu odeio chorar na frente das pessoas, mas meus pais precisavam saber que eu não estava bem e que por mais que eu mostrasse que era forte, não era totalmente verdade.
Escondi o rosto entre as mãos e senti o assento do meu lado afundar. Minha mãe havia sentado e então me acolheu em seus braços. Limpei as lágrimas e respirei fundo, pronta pra falar tudo o que eu precisava colocar pra fora. Meu pai se virou para sair da sala, mas se virou de volta para continuar falando:
— Rebecca! – meu pai gritou. – Tem noção do quanto custou pra eu calar a boca daqueles policiais de merda pra tudo não vazar na mídia? Pra você não ter um histórico na polícia?
 ─ Pai, me desculpe. Quando eu disse que não era pra ter acontecido, era verdade. Eu não deveria ter aceitado entrar naquele hotel, como também não devia ter aceitado quando Chuck me ofereceu, mas eu não estava pensando direito. Mas vocês foram os egoístas que causaram tudo isso.
─ Não tente contornar a história dizendo que a culpa é nossa. Você sabe muito bem que está errada.
─ Sei, e não disse o contrário. Também sei que deve ter custado caro pra ninguém ficar sabendo que sua filha perfeita não é assim tão perfeita, não é? Que no final das contas todos os seus ensinamentos não contaram na hora dela ir se drogar em uma festa. Isso deve doer, não é, pai? – Cruzo os braços e paro na frente dele.
─ Já chega, Rebecca. Vá para seu quarto e aproveite sua última noite lá, amanhã seus verdadeiros pais virão para buscá-la.
─ Amanhã? – baixo a guarda.
─ Eles ligaram hoje, logo após você sair, dizendo que estava tudo pronto e que eles viriam amanhã. Não queriam esperar mais.
 ─ Mãe, não! Por favor, não! Pai, não me deixa ir com eles, por favor. Eu prometo ser uma filha melhor, nunca mais vou fazer nada errado, eu juro.
Por incrível que pareça eu estava sendo completamente sincera. Eu não queria ir e faria qualquer coisa pra ficar. Dessa vez eu estava completamente desesperada e assustada.
Eu abracei meu pai pela cintura firmemente e seu corpo estava rígido, mas então ele relaxou e me envolveu em seus braços protetores que eu sempre busquei com me assustava com alguma coisa quando criança, ele me fazia sentir segura.
Eu não queria abandoná-los.
─ Vocês só pensaram em si mesmos quando resolveram assinar um contrato pra me ter durante um tempo. Não pensaram em como eu me sentiria depois de viver anos com vocês e, do nada, ter que mudar de família, de casa, de vida. Isso não é justo.
Olhei sentida para os dois e fiz meu caminho para o quarto de cabeça baixa. Eu queria que eles se sentissem culpados pelo que eu estava sentindo. E, bom, acho que consegui. Tudo o que pude ouvir durante a madrugada foi minha mãe chorando.
E o primeiro sinal de que eu não era mais eu mesma foi que eu gostei de vê-la sentindo-se mal.
Continua...

26/06/2015

Redemption 3 - Bad Decisions


          3. Bad Decisions (Decisões ruins)

POV Justin
5, 6, 7, 8... Iniciei a contagem para que a turma se preparasse e o remix de “X” do Chris Brown começou a tocar. À minha indicação, todos iniciaram os primeiros passos ao mesmo tempo. Apesar de a coreografia ser fácil, a classe não estava conseguindo fazê-la rápida. Tudo bem, vamos de novo.
1, 2, 3, 4, braços e pernas, dois passos para o lado e dois pra frente no mesmo movimento. Vamos lá, repitam! Ok, agora os pés e as mãos coladas ao corpo e abre. Devagar e... I swear to God I’m movin’ on, pulem!
Isso mesmo, agora comigo e com a música. Fazer aquilo, ou seja, dançar era fácil pra mim. Os movimentos vinham como uma coisa natural, afinal aquela era minha vida desde o colegial e eu não me via fazendo outra coisa. Entretanto, naquele dia, algo estava errado. A música parecia alta de mais, ver todos rodando pelo espelho me deixava tonto e então o ar parecia me sufocar. Eu precisava sair dali, mas não poderia deixar a turma também.
Foi quando a briga irrompeu da última fileira.
“Seu idiota, por que não aprende a dançar?” – Kara estava no chão com a mão no tornozelo. Eu via o que acontecia, mas era como se minha mente estivesse fora do corpo.
“Eu já disse, me desculpa, eu desequilibrei” – Lucas tentou se desculpar, mas ela não ouvia.
“Eu acho que quebrei o pé, por sua culpa, babaca!” – Ela continuou atacando-o. Minha cabeça zunia e eu não conseguia sair do lugar.
“Você machucou minha namorada, tinha que ser você, viadinho!” – David partiu pra cima de Lucas.
Obriguei meu corpo a obedecer meus comandos e me meti na frente de Lucas para protegê-lo do soco que iria levar de David, mas não fui rápido o suficiente para parar David e ele acabou me acertando no olho. Automaticamente levei minha mão para o local atingido e olhei sem acreditar para David. O resto da classe comentava o ocorrido e David não ligava que havia me acertado, ele contava aquilo como uma vitória, já que ele não gostava de mim.
A vontade que eu tinha era de quebrar a cara dele e bater até ele se render, mas eu não poderia fazer ali, afinal de contas ele ainda era meu aluno. Eu estava suando e a falação me dava náuseas. Eu tinha que acabar com aquilo.
“Já chega!” – gritei quase estourando minhas cordas vocais. A turma se calou. “Você, Kara, você, Lucas e você, David pra fora. Agora!” – disse apontando os três com uma calma que eu não sei de onde veio. “O resto da turma espera aqui.”
[...]
— Vocês podem explicar mais que merda aconteceu? – Derek quis saber. Ele era professor, mas ajudava Ryan na administração sempre que podia.
A discussão entre os envolvidos recomeçou e minha cabeça que já doía latejava cada vez mais. Deitei a cabeça no sofá em que estava sentado na sala de Ryan e fechei os olhos, me concentrando apenas em respirar.
Derek deu um “Basta!” e os garotos se calaram. Leila, da cozinha, entrou na sala e me entregou uma bolsa de gelo. Logo, coloquei no local onde o punho de David havia acertado e o encarei com o pior olhar. Ele deu de ombros.
— O que você acha, Justin?
— Não é a primeira vez que os dois arrumam problemas na aula e eles já haviam sido avisados. – disse sem uma resposta clara.
— Nesse caso, o que você sugere?
— Suspensão. Com certeza.
— O quê? Você não pode fazer isso! – Kara protestou. — Nós temos essa competição na próxima semana!
— Seu namorado deveria ter pensado antes de enfiar o punho na minha cara. – ironizei.
— Chega. – Derek nos cortou. — David está suspenso até a o início da próxima coreografia.
— Talvez eu demore um pouco mais pra finalizar dessa vez. – Sorri de lado.
— Kara está suspensa por duas aulas e os dois irão manter distância de Lucas, senão serão expulsos. – Derek continuou. — Podem ir agora.
Kara foi a primeira a sair da sala, seguida de David, mas que não deixou de fazer um comentário maldoso para Lucas, que ignorou.
— Cara, mas que dor de cabeça infernal. – reclamei.
— Nisso que dá ir pra farra toda noite. – ele riu.
Neguei com a cabeça. — Faltam poucos minutos pra terminar a aula. Vou dispensar os alunos e vou pra casa descansar.
Esse assentiu.
Saí pela porta da academia de dança e virei à primeira esquina para buscar meu carro estacionado. Próximo a ele eu desativei o alarme e então apoiei minhas mãos nele antes de abrir a porta. Pelo reflexo do vidro eu pude ver David chegando por trás e me virei a tempo de desviar de suas mãos, mas ele me segurou pela camisa e me prendeu contra o carro.
— Escuta aqui. Você vai voltar lá dentro e fazer com que Derek suspenda a suspenção. – ele mandou.
— De jeito nenhum. – Me recusei.
Ele levantou seu punho na minha direção e ameaçou bater. — Kara precisa das aulas.
— Eu não me importo. – Ele me acertou no rosto uma vez. A dor de cabeça voltou e eu fiquei tonto.
— O quê?
— Eu não me importo.
Ele socou mais uma vez, porém eu segurei seu punho e entortei seu braço. O empurrei e ele caiu no asfalto comigo caindo por cima dele. Me apressei e comecei a socá-lo seguidamente. Eu não deveria bater em um aluno, mesmo que ele provocasse, mas deixei que a raiva me consumisse e eu já não me importava mais que aquilo era errado. A cada soco ele ia ficando mais fraco e eu com mais raiva. Seu rosto sangrando e minhas mãos sujas com seu sangue.
 — Para com isso, Justin! – Derek tentou me tirar de cima do adolescente, mas eu resisti, socando-o mais uma vez.
Recobrei a consciência e percebi o que eu havia feito. David estava desacordado no meio da via e os alunos observavam a cena de longe, sem acreditar. Merda!
POV. Rebecca
Finalmente eu sentia ansiedade e estava animada para aquela festa. Alyssa, Natalie, Hailey e eu dirigíamos lambretas pela Pacific Coast HWY, apenas de biquíni e tênis, coisa que nunca me imaginei fazendo, mas aquele era um dia que eu faria muitas coisas que não imaginava que faria. Saímos na avenida para a Paradise Cove Rd em direção à praia e paramos nossos veículos no estacionamento.
A praia estava lotada de jovens com seus amigos o palco do DJ acabara de ser montado e preparado. Na rua havia vans de diversas emissoras que cobririam o início do evento e os repórteres procuravam os melhores lugares para se posicionarem para começar a gravar.
― Ei, Becca. – Ally chamou minha atenção para o hotel do outro lado da rua – Aquele não é seu primo Chuck?
― O que beijou ela na oitava série? – Natalie perguntou arqueando a sobrancelha.
― É, é ele sim. – Fiz pouco caso. Eu nunca fui com a cara dele, mas nos beijamos em um jogo de Verdade ou Consequência, mesmo ele sendo meu primo.
Há dois anos ele foi deportado para Londres por tráfico e porte ilegal de armas, mas pelo visto está de volta.
― Ele deve estar hospedado, vá até ele, vai que ele nos deixa ficar na sacada pra ver a abertura? – Elas só estão pedindo isso porque não o conhecem.
― Não acho que seja uma boa ideia. – disse. – Se formos agora, acho que conseguimos ficar perto do palco... – tentei.
― Não, Becca, da sacada vai ser melhor, por favor.
― É, vai! Antes que ele entre e eu perca a chance. Você sabe, eu sempre quis pegar ele. – Alyssa implora.
― Tudo bem, mas não digam que eu não avisei! – dou de ombros.
Atravessamos a rua e eu me aproximei de Chuck, chamando sua atenção pra mim. Quando nos viu, ele abriu um sorriso sacana e chamou um amigo para olhar pra nós. Chuck é um idiota. Sempre foi, mas ninguém pode negar a beleza dele e o quanto ele é sexy, ainda mais agora.
Chuck vestia uma calça jeans clara que deixava a barra da cueca à mostra e vans, apenas. Na cabeça ele tinha uma touca e segurava seus óculos escuros nas mãos, junto com o telefone.
― Nossa, prima, como você ficou gostosa em dois anos, hein. – Ele me puxou para um meio abraço.
― É, ta. – O empurrei para o lado. – Desde quando você está de volta?
― Tecnicamente eu não estou, ainda não tenho permissão para voltar pros EUA. – ele ri debochado. – Mas não poderia perder essa festa, não é?
— Claro que não – forço um sorriso – Se lembra da Alyssa e da Natalie?
― Como poderia esquecer? – Chuck analisa-as de cima a baixo e as cumprimenta.
― E essa do cabelo rosa, quem é?
― Chuck, essa é minha prima, Hailey. – Natalie apresenta-a.
Alyssa me cotovela na costela para que eu pergunte se ele está hospedado. Reviro os olhos e cruzo os braços. ― Então, Chuck, está hospedado?
― Na verdade sim. Meus amigos e eu achamos que seria legal ter um lugar privado. Vocês querem ir?
― Hum, não sei... – e lá está a cotovelada de Ally de novo – Quero dizer, claro! Estávamos mesmo querendo um lugar pra ver a abertura. – sorri.
Chuck e seu amigo nos conduzem para dentro do hotel e nós entramos no elevador. Por um segundo ficamos em silêncio, então começa a tocar uma música muito estranha no alto falante e todos nós começamos a rir. Foi uma mistura de ópera com eletrônica, coisa que se eu não tivesse escutado não conseguiria imaginar.
O elevador parou no décimo primeiro andar e nós saímos no corredor vazio. Chuck e seu amigo contavam piadas para as meninas que riam. Alyssa havia tirado sua blusa e prendido no short, o que fez Chuck olhar para ela descaradamente. Harry, o amigo do meu primo que finalmente descobri o nome, segurava Hailey e Natalie pela cintura e as duas riam de algo que ele havia falado.
Diferente de Chuck, Harry tinha cabelos enrolados compridos e usava camisa, mas provavelmente possuía a mesma quantidade de tatuagens que Chuck, se não mais.
Eles entraram na suíte antes de mim, pois meu celular tocou e eu fiquei do lado de fora para atender Liam longe do barulho que eles estavam fazendo. Liam queria saber onde eu estava e eu avisei que estava no hotel com Chuck e um amigo dele. Meu namorado não ficou feliz e disse que iria subir. Eu ri e desliguei a chamada.
Entrei na suíte e Harry estava jogado na cama com Natalie e Hailey a sua volta, vamos ver qual das duas primas ganhará o prêmio milionário até o final da noite. Alyssa estava encostada na parede com Chuck apoiado ao seu lado, sorrindo de forma sedutora. É engraçado o jeito que os homens têm de deixar as meninas caidinhas com falsas palavras e sorrisos malandros.
Sentei-me na poltrona de frente para porta da sacada e esperei por Liam.
Chuck estava muito perto de beijar Ally, mas ela não é fácil assim. Ela virou o rosto na hora e anunciou o início do evento. Saiu dos braços de Chuck e correu pra sacada, comigo e as meninas a seguindo.
Uma chuva de papéis coloridos explodiu do palco para a plateia e a música eletrônica começou a tocar. A multidão de jovens gritou de excitação e nós também vibramos, percebendo que não éramos os únicos nas sacadas do prédio.
Mãos me envolveram por trás e eu estava pronta pra tirá-las de mim pensando que fossem de Chuck – porque sim, ele é escroto desse jeito -, mas o perfume de Liam me invadiu e eu me virei para beijá-lo. Meus braços envoltos a sua nuca e suas mãos nos bolsos do meu short.
Uma hora mais tarde a imprensa já havia saído da praia e a festa finalmente começara. Saímos do hotel direto para a beira da praia e encontramos um lugar num quiosque para nos sentarmos, enquanto ainda estava sol demais para ficar na areia.
Chuck e Harry compraram cervejas e serviram na mesa para todos. Não tenho o costume de beber, mas desde que os acontecimentos da noite passada não saiam da minha mente achei que seria uma boa ideia.
Não poderia estar mais errada.
Ajudei Chuck a repor a mesa com novas garrafas e me sentei no colo de Liam com um copo na mão. Liam pegou de mim e deu uma golada, apoiando o copo na mesa antes de me beijar sem cuidado algum. O gosto sua cerveja invadindo meu paladar.
Do bolso ele tirou um maço de cigarros e um isqueiro. Namoro Liam há quase um ano e não sabia que ele fumava. O que mais que eu não sei? Deixei essa passar por agora e virei um copo de uma vez, fazendo com que todos vibrassem e começassem uma disputa de quem virava mais copos.
Harry venceu e pra comemorar puxou Natalie pelo cós do short e agarrou-a pela cintura beijando-a com vontade. Temos nossa vencedora do dia e Hailey não pareceu gostar nada disso, pois se levantou quase derrubando a cadeira de plástico e deu a desculpa de que havia encontrado uma amiga e iria até ela, sumindo na multidão logo depois.
[...]
Finalmente a festa havia começado de verdade com tudo que se tinha direito. Na areia da praia no meio da multidão, nós dançávamos, enquanto um grupo perto do nosso fazia desafio de quem bebia mais, quem perdesse deveria tirar uma peça da pouca roupa que vestia. Já havia várias garotas sem as partes de cima de seus biquínis.
Liam saiu com os amigos para algum lugar, então Hailey e eu dançávamos juntas, visto que Alyssa saíra com Chuck e Natalie se agarrava com Harry. Por conta do álcool eu já estava meio alterada e dançava sensualmente com Hailey, suas mãos passeando pelo meu corpo enquanto eu rebolava a sua frente.
Parei de dançar e me afastei delas quando recebi uma mensagem no celular.
~ Voltando para o hotel com Chuck, me deseje sorte - Ally
Por mais que ela estivesse no calor do momento e eu provavelmente faria o mesmo, sabia que depois ela iria se arrepender. Eu tinha certeza. E eu precisava impedi-la, dando uma desculpa qualquer pra permanecer no quarto com eles. Não iria deixar que Chuck fizesse isso com ela.
Rapidamente teclei o celular, avisando Natalie, Liam e Hailey que voltaria para o hotel. Eles responderam com um “O.K” e Natalie disse que iria também. Atravessei a rua e entrei no hotel apressada, entrando no elevador segundos antes da porta fechar. Batia os pés no chão freneticamente, com medo de chegar lá em cima e ser tarde de mais. Corri pelo corredor e entrei na suíte com a minha melhor cara de atriz. Alyssa estava deitada na cama com Chuck por cima dela, beijando sua barriga. Logo que notaram minha presença eles se separaram. Ally notou minha suposta cara de choro e veio até mim, perguntando o que havia acontecido.
― Não quero falar sobre isso – fiz um drama, me encostando na parede e escondendo o rosto.
― Para com isso, Rebecca e me diz o que houve!
― Liam. – digo a primeira coisa que vem na cabeça – Nós brigamos.
― Mas por quê? Vocês estavam tão bem mais cedo...
― Eu o questionei sobre estar fumando e ele me tratou tão mal, disse que a vida era dele e que eu não tinha nada a ver com o que ele fazia. – deixo uma lágrima escorrer.
Natalie e Hailey entraram no quarto no mesmo momento que Chuck saiu bufando por eu ter interrompido sua quase transa.
― Ai meu Deus, Rebecca! O que houve com você?
― Liam e eu brigamos, mas vai ficar tudo bem. – cansei de fingir. Limpei as lágrimas e me sentei na cama.
[...]
E então meu cérebro estava entorpecido de mais para sequer me lembrar da sequencia de acontecimentos que me levaram até aquele momento. A confusão começara do nada, eu acho. A fumaça estava muito densa e eu acho que foi ela que acionou os alarmes de incêndio, mas não era nossa intenção. Nós só queríamos nos divertir e esquecermo-nos de tudo. A confusão de pessoas gritando pelo corredor enquanto a fumaça se dissipava e aqueles policiais mal educados nos empurravam algemadas pelo hotel era nauseante.
Como eu cheguei ali? Minha cabeça latejava, principalmente com os gritos de resistência de Alyssa, Natalie e Hailey. Pelo menos eu achava que eram delas. Eles nos tiraram do hotel e as luzes das viaturas piscando e soando um barulho alto só fez minha cabeça doer mais. O que estava acontecendo? Por que eu estava no meio de tudo aquilo?
Mas eu me lembrava do que havia acontecido, eu precisava lembrar.
É, isso mesmo. Chuck voltou para o quarto com um Narguilé, no começo não era grande coisa. Todas nós ficamos animadas para experimentar, inclusive eu.
Eu. Sou tão culpada quanto ele. Eu não deveria ter deixado acontecer.
Como em um flash aquilo não era mais só um Narguilé com sabor de maçã, tinha alguma coisa a mais. Harry colocara cocaína para queimar junto com o carvão...
Bem que meus pais me alertaram sobre Chuck e sobre seus amigos, mas agora eles não são mais meus pais. São?
Ai meu Deus! Eles vão me matar. Eu, Rebecca Hills, sendo levada em uma viatura da polícia federal? Por porte ilegal de drogas? Eu estava tão ferrada.
Meu batimento cardíaco estava começando a ficar acelerado, acelerado de mais. Eu me sentia como uma bomba-relógio e que a qualquer momento eu iria fazer “Booooom!”.
Sorri com a imagem de uma explosão no meio daquela festa, eu emitindo o calor... Deus! O que está havendo comigo?
Essa não sou eu. Eu deveria estar agora sendo só mais uma adolescente vazia e fútil no meu quarto com Liam, meu namorado, que só tem esse título por ser bonito. Ele não deve sequer gostar de mim e está comigo porque sou gostosa e dou pra ele quando ele sente vontade. Eu sou tão superficial. Por que qualquer um gostaria de mim?
Senti o choro subir pela minha garganta, mas respirei fundo. O que estava acontecendo? Esses pensamentos não eram meus!
Não sei por quanto tempo nós quatro ficamos paradas em frente o hotel esperando que todos fossem revistados. Onde estaria Chuck? Aquele filho da mãe havia fugido. Ele não correria o risco de ser preso e deixou sua prima pra ir no lugar dele.
Eu devo merecer toda essa merda acontecendo comigo. Eu só queria voltar para quando tudo era perfeito.
Continua...
E aí amorecos, como estão?
O que estão achando? 
E, ah, demorei para atualizar aqui porque estava em semana de provas, então só postei no Spirit. (@BiiaMrsBieber)
Até o próximo capítulo! :*

15/06/2015

Redemption 2 - Sky Blu L.A.

      

       1. Sky Blue L.A. (Nome da festa)

Uma explosão de sentimentos confusos me atingiu com aquelas palavras.

O silêncio pairou sobre a sala por alguns segundos, acho que eles esperavam minha reação quanto àquelas palavras. Mas a verdade é que eu não sabia como reagir, pois eles não podiam estar falando sério, podiam?

Soltei uma risada nervosa e tentei falar, mas as palavras ficaram presas na garganta. Finalmente eu falei:

— O que isso quer dizer? Vocês ainda são meus pais, certo? Quero dizer, eu não posso ser adotada. – minha fala saiu entrecortada.
— Nós gostaríamos de ter falado antes, mas as circunstâncias não permitiram. – Era mais como se ele estivesse dando uma noticia ruim a um cliente, não dizendo para filha que ela era adotada. A mesma que ele criou com tanto amor desde bebê.
— Você pode fingir que ainda sente, no mínimo, empatia por mim? Você fala como se eu fosse um cliente que perdeu o caso na justiça. – Despejei as palavras em cima dele. Eu não estava mais chocada, eu estava irritada com a frieza dele.
— Desculpe-me, Becca. É que é mais fácil pra mim desse modo.
— Filha... – Minha mãe falou pela primeira vez desde que entrei na sala – nos deixe continuar.
— E tem mais?
— Quando você nasceu sua mãe não tinha condições de criar você, nenhuma. Ela havia perdido o dinheiro, a casa e tinha se envolvido com as pessoas erradas, tudo por conta do seu vício. – Ela fez uma pausa, esperando uma reação minha, mas eu estava inexpressiva — Eu havia acabado de perder o bebê, pois na hora do parto ele não resistiu. E eu não posso mais ter filhos desde então – Seus olhos encheram de lágrimas e ela chorou.
— Então nós fizemos um acordo. – Sebastian continuou – Mary e eu cuidaríamos de você até que ela estivesse bem e estabilizada para continuar com sua criação.
— Ela nunca mais nos contatou desde o acordo. Isso até algumas semanas quando ela nos ligou, dizendo que era a hora. – Ele terminou.
— E vocês acham que uma mulher que levou 15 anos pra ficar sóbria é a melhor família pra mim?
— Nós não temos escolha... – meu pai, Sebastian, lamentou.
— Vocês nem sequer vão lutar por mim, é isso?
— Rebecca, esse foi acordo. Nós não esperávamos que durasse tanto, dando tempo de nos apegarmos e você ser nossa filha.
— Eu quero ver. – É o que consigo dizer.
— O que?
— O contrato onde diz que sou obrigada a ir morar com ela.
— Desculpe-nos, Becca, mas não podemos mostrar.
Uma lágrima escorreu pela minha bochecha e eu logo tratei de limpar.
— Então é isso? Eu vou ser obrigada a largar minha vida, sem nem poder opinar sobre o que eu quero?
— Infelizmente, sim. Você ainda não tem 18.
— Mãe... – Supliquei, mas ela nada poderia fazer. Eu me dei por vencida e deixei que as lágrimas caíssem.

Deixei o escritório deles e subi as escadas correndo, entrando no quarto e batendo a porta com força, esperando que a raiva passasse com o ato. Foi em vão. Escorei na porta e escorreguei até o chão, derrotada. Deixei que as lágrimas descessem sem controle e prendi minhas pernas contra o peito. Eu me sentia uma garotinha de 5 anos que chora por uma Barbie quebrada, só que era muito pior. Como eles puderam esconder isso de mim todos esses anos? E pra onde eu vou agora? Eu não quero deixar meus amigos, minha escola, minha casa.


Aquela era a primeira vez, em muito tempo, que eu me permitia chorar. Chorar de verdade. Eu não sabia o que pensar exatamente, tudo o que me consumia era o medo. Medo do desconhecido. Há muito tempo eu controlava tudo e todos a minha volta, então uma situação inesperada como aquela me assustava.

Sentada no chão do quarto eu perdi a noção do tempo. Não sei exatamente quantas horas eu passei chorando e soluçando até adormecer no chão, que mesmo de madeira, estava frio.

Na manhã seguinte, eu acordei na cama. Não sei como cheguei nela também. O dia estava quente e o sol forte indicava que eu havia perdido o horário pra escola. Mas eu não iria de qualquer jeito.
Continuei na cama até às 11am, quando ficar deitada já ficara insuportável. Nesse tempo, minha mãe veio até o quarto três vezes, mas eu fingi estar dormindo em todas elas. Levantei da cama e fui em direção ao banheiro. Lavei o rosto na pia e sequei-o com a toalha. Ao olhar-me no espelho quase levei um susto. Eu estava acabada. Meu rosto estava super inchado e não tinha maquiagem que fosse reparar aquilo naquele momento.

Meu estômago roncou implorando por comida, então eu tomei coragem e saí do quarto, torcendo para não encontrar nenhum dos meus pais no caminho pra cozinha. Peguei uma vasilha no armário e a caixa de cereais, na geladeira eu peguei o leite. Enchi o pote com o cereal e coloquei o leite no copo, pois não consigo comer os dois misturados. Guardei o que peguei e voltei para o meu quarto.

[...]

Eram quase 5:00pm quando meu celular finalmente carregou, eu o liguei e as mensagem começaram a chegar. Eu já não aguentava mais ficar isolada naquele quarto sem ter mais o que fazer, afinal, já tinha chorado toda lágrima que meu corpo permitia sem que eu ficasse desidratada, já havia visto todos os programas possíveis na TV e dormido por sete vidas.

Ignorei a maior parte das mensagens, que não eram de ninguém realmente importante e abri as das minhas amigas e de Liam.

“Becca, pq não veio pra escola hj?” ~Ally
“Aconteceu alguma coisa? Pq vc n atende o cel?” ~Nat
“O q seus pais queriam falar com vc ontem? É por isso que não veio hj?” ~Liam
Respondi-as na ordem, dizendo que apenas havia perdido a hora e que meu celular estava sem bateria, mas que estava tudo bem. Logo eles responderam novamente.

“Não perdeu nada de interessante. Vai pra SB LA?” ~Ally
“Sky Blue hoje, encontra a gente na praia. Se você não vier, iremos até vc!!!!” ~Nat
“Ainda bem que não era nada de mais... Vou passar aí mais tarde. Suas amigas me convenceram a te levar pra festa” ~Liam
É claro que elas o convenceram. O poder delas de persuasão é quase tão grande quanto o meu. Por fim, eu também me dei por vencida. Eu não queria mesmo ficar em casa tentando a qualquer custo evitar meus “pais”. Uma festa, apesar de eu não gostar delas em geral, era tudo o que eu precisava pra esquecer o inferno que eu estava passando naquele momento.

Levantei-me da cama decidida e abri o closet. Tirei de lá um short jeans azul piscina, um top cropped branco escrito “Loyal” na frente e na gaveta peguei meu biquíni também azul com uns detalhes em amarelo. Levei-os para o banheiro e tirei o pijama que estava vestindo. Com preguiça de esperar a banheira encher, apenas abri o chuveiro e deixei que a água morna me relaxasse. Após o banho enrolei-me na toalha e pus uma no cabelo. Vesti o que tinha levado para o banheiro e soltei o cabelo, agora apenas úmido. Parada em frente ao espelho, passei o fluido no cabelo e o sequei com o secador, ajeitando-o com a escova. Eu estava indo para a praia, então não havia necessidade de passar a prancha.

De volta ao quarto e em frente à penteadeira, eu passei uma base e rímel a prova d’água seguido do gloss. Na caixinha de bijuteria peguei meu cordão de cruz que tenho desde sempre e coloquei em mim. Calcei um tênis branco da Adidas, mesmo sabendo que ficaria descalça mais tarde e peguei minha carteira e celular ficando, então, pronta para sair.

Respirei fundo e sai do quarto. Desci as escadas e na metade dela vi que minha mãe estava sentada no sofá com o laptop no colo. Pensei duas vezes antes de terminar de descê-la, mas ninguém estragaria o resto do meu dia. Caminhei pela sala como se o que aconteceu no dia anterior fosse apenas um sonho ruim e passei pela sala sem olhar em sua direção.

— Aonde vai, Rebecca? – Ela perguntou.
Parei de súbito na porta e me virei para olhar em sua direção. — Sair com Alyssa e Natalie.
— Pra onde? – Ela quis saber.
— Pra praia... – Respondi vagamente.
— Qual praia? – Por um milagre divino Liam chegou buzinando.
— Liam chegou, tenho que ir. Tchau, mãe!

Saí pela porta sem ouvir o que ela disse em seguida. Atravessei o jardim correndo e entrei no carro de Liam, fechando a porta e sorrindo pra ele.

— Pra que a pressa, Becca?
— Nada... É só que agora eu estou empolgada pra festa. – Dei uma explicação rápida. — Vamos?
Ele riu.

Chegamos à praia e foi difícil encontrar uma vaga pra estacionar o carro. Não sei se era por causa do calor que o dia estava fazendo ou se o motivo era a festa, mas o estacionamento e a praia estavam bem cheios. Quando finalmente conseguimos lugar para parar o carro eu liguei pras meninas para saber onde elas estavam. Liam trancou o carro e nós caminhamos até as garotas de mãos dadas.

— Rebecca! – Alyssa gritou quando me viu. – Você veio! – E correu pra me abraçar.
Natalie e Hailey chegaram depois rindo da espontaneidade de Ally.
— Eu nunca vou entender vocês garota. Tipo, nunca mesmo! – Liam disse sendo exagerado. Todas nós rimos.
— Então... Hora da festa! – Natalie gritou nos fazendo vibrar.

Hora da festa.

Continua...

Bom, também não temos Justin nesse capítulo e eu demorei bastante pra atualizar (a verdade é que esqueci do blog, atualizei só o Spirit e o Wattpad), mas em compensação tem TRAILER. Isso mesmo, eu fiz um trailer para a fic!!!! ~pulos de felicidade~


Espero que gostem!