15/06/2015

Redemption 2 - Sky Blu L.A.

      

       1. Sky Blue L.A. (Nome da festa)

Uma explosão de sentimentos confusos me atingiu com aquelas palavras.

O silêncio pairou sobre a sala por alguns segundos, acho que eles esperavam minha reação quanto àquelas palavras. Mas a verdade é que eu não sabia como reagir, pois eles não podiam estar falando sério, podiam?

Soltei uma risada nervosa e tentei falar, mas as palavras ficaram presas na garganta. Finalmente eu falei:

— O que isso quer dizer? Vocês ainda são meus pais, certo? Quero dizer, eu não posso ser adotada. – minha fala saiu entrecortada.
— Nós gostaríamos de ter falado antes, mas as circunstâncias não permitiram. – Era mais como se ele estivesse dando uma noticia ruim a um cliente, não dizendo para filha que ela era adotada. A mesma que ele criou com tanto amor desde bebê.
— Você pode fingir que ainda sente, no mínimo, empatia por mim? Você fala como se eu fosse um cliente que perdeu o caso na justiça. – Despejei as palavras em cima dele. Eu não estava mais chocada, eu estava irritada com a frieza dele.
— Desculpe-me, Becca. É que é mais fácil pra mim desse modo.
— Filha... – Minha mãe falou pela primeira vez desde que entrei na sala – nos deixe continuar.
— E tem mais?
— Quando você nasceu sua mãe não tinha condições de criar você, nenhuma. Ela havia perdido o dinheiro, a casa e tinha se envolvido com as pessoas erradas, tudo por conta do seu vício. – Ela fez uma pausa, esperando uma reação minha, mas eu estava inexpressiva — Eu havia acabado de perder o bebê, pois na hora do parto ele não resistiu. E eu não posso mais ter filhos desde então – Seus olhos encheram de lágrimas e ela chorou.
— Então nós fizemos um acordo. – Sebastian continuou – Mary e eu cuidaríamos de você até que ela estivesse bem e estabilizada para continuar com sua criação.
— Ela nunca mais nos contatou desde o acordo. Isso até algumas semanas quando ela nos ligou, dizendo que era a hora. – Ele terminou.
— E vocês acham que uma mulher que levou 15 anos pra ficar sóbria é a melhor família pra mim?
— Nós não temos escolha... – meu pai, Sebastian, lamentou.
— Vocês nem sequer vão lutar por mim, é isso?
— Rebecca, esse foi acordo. Nós não esperávamos que durasse tanto, dando tempo de nos apegarmos e você ser nossa filha.
— Eu quero ver. – É o que consigo dizer.
— O que?
— O contrato onde diz que sou obrigada a ir morar com ela.
— Desculpe-nos, Becca, mas não podemos mostrar.
Uma lágrima escorreu pela minha bochecha e eu logo tratei de limpar.
— Então é isso? Eu vou ser obrigada a largar minha vida, sem nem poder opinar sobre o que eu quero?
— Infelizmente, sim. Você ainda não tem 18.
— Mãe... – Supliquei, mas ela nada poderia fazer. Eu me dei por vencida e deixei que as lágrimas caíssem.

Deixei o escritório deles e subi as escadas correndo, entrando no quarto e batendo a porta com força, esperando que a raiva passasse com o ato. Foi em vão. Escorei na porta e escorreguei até o chão, derrotada. Deixei que as lágrimas descessem sem controle e prendi minhas pernas contra o peito. Eu me sentia uma garotinha de 5 anos que chora por uma Barbie quebrada, só que era muito pior. Como eles puderam esconder isso de mim todos esses anos? E pra onde eu vou agora? Eu não quero deixar meus amigos, minha escola, minha casa.


Aquela era a primeira vez, em muito tempo, que eu me permitia chorar. Chorar de verdade. Eu não sabia o que pensar exatamente, tudo o que me consumia era o medo. Medo do desconhecido. Há muito tempo eu controlava tudo e todos a minha volta, então uma situação inesperada como aquela me assustava.

Sentada no chão do quarto eu perdi a noção do tempo. Não sei exatamente quantas horas eu passei chorando e soluçando até adormecer no chão, que mesmo de madeira, estava frio.

Na manhã seguinte, eu acordei na cama. Não sei como cheguei nela também. O dia estava quente e o sol forte indicava que eu havia perdido o horário pra escola. Mas eu não iria de qualquer jeito.
Continuei na cama até às 11am, quando ficar deitada já ficara insuportável. Nesse tempo, minha mãe veio até o quarto três vezes, mas eu fingi estar dormindo em todas elas. Levantei da cama e fui em direção ao banheiro. Lavei o rosto na pia e sequei-o com a toalha. Ao olhar-me no espelho quase levei um susto. Eu estava acabada. Meu rosto estava super inchado e não tinha maquiagem que fosse reparar aquilo naquele momento.

Meu estômago roncou implorando por comida, então eu tomei coragem e saí do quarto, torcendo para não encontrar nenhum dos meus pais no caminho pra cozinha. Peguei uma vasilha no armário e a caixa de cereais, na geladeira eu peguei o leite. Enchi o pote com o cereal e coloquei o leite no copo, pois não consigo comer os dois misturados. Guardei o que peguei e voltei para o meu quarto.

[...]

Eram quase 5:00pm quando meu celular finalmente carregou, eu o liguei e as mensagem começaram a chegar. Eu já não aguentava mais ficar isolada naquele quarto sem ter mais o que fazer, afinal, já tinha chorado toda lágrima que meu corpo permitia sem que eu ficasse desidratada, já havia visto todos os programas possíveis na TV e dormido por sete vidas.

Ignorei a maior parte das mensagens, que não eram de ninguém realmente importante e abri as das minhas amigas e de Liam.

“Becca, pq não veio pra escola hj?” ~Ally
“Aconteceu alguma coisa? Pq vc n atende o cel?” ~Nat
“O q seus pais queriam falar com vc ontem? É por isso que não veio hj?” ~Liam
Respondi-as na ordem, dizendo que apenas havia perdido a hora e que meu celular estava sem bateria, mas que estava tudo bem. Logo eles responderam novamente.

“Não perdeu nada de interessante. Vai pra SB LA?” ~Ally
“Sky Blue hoje, encontra a gente na praia. Se você não vier, iremos até vc!!!!” ~Nat
“Ainda bem que não era nada de mais... Vou passar aí mais tarde. Suas amigas me convenceram a te levar pra festa” ~Liam
É claro que elas o convenceram. O poder delas de persuasão é quase tão grande quanto o meu. Por fim, eu também me dei por vencida. Eu não queria mesmo ficar em casa tentando a qualquer custo evitar meus “pais”. Uma festa, apesar de eu não gostar delas em geral, era tudo o que eu precisava pra esquecer o inferno que eu estava passando naquele momento.

Levantei-me da cama decidida e abri o closet. Tirei de lá um short jeans azul piscina, um top cropped branco escrito “Loyal” na frente e na gaveta peguei meu biquíni também azul com uns detalhes em amarelo. Levei-os para o banheiro e tirei o pijama que estava vestindo. Com preguiça de esperar a banheira encher, apenas abri o chuveiro e deixei que a água morna me relaxasse. Após o banho enrolei-me na toalha e pus uma no cabelo. Vesti o que tinha levado para o banheiro e soltei o cabelo, agora apenas úmido. Parada em frente ao espelho, passei o fluido no cabelo e o sequei com o secador, ajeitando-o com a escova. Eu estava indo para a praia, então não havia necessidade de passar a prancha.

De volta ao quarto e em frente à penteadeira, eu passei uma base e rímel a prova d’água seguido do gloss. Na caixinha de bijuteria peguei meu cordão de cruz que tenho desde sempre e coloquei em mim. Calcei um tênis branco da Adidas, mesmo sabendo que ficaria descalça mais tarde e peguei minha carteira e celular ficando, então, pronta para sair.

Respirei fundo e sai do quarto. Desci as escadas e na metade dela vi que minha mãe estava sentada no sofá com o laptop no colo. Pensei duas vezes antes de terminar de descê-la, mas ninguém estragaria o resto do meu dia. Caminhei pela sala como se o que aconteceu no dia anterior fosse apenas um sonho ruim e passei pela sala sem olhar em sua direção.

— Aonde vai, Rebecca? – Ela perguntou.
Parei de súbito na porta e me virei para olhar em sua direção. — Sair com Alyssa e Natalie.
— Pra onde? – Ela quis saber.
— Pra praia... – Respondi vagamente.
— Qual praia? – Por um milagre divino Liam chegou buzinando.
— Liam chegou, tenho que ir. Tchau, mãe!

Saí pela porta sem ouvir o que ela disse em seguida. Atravessei o jardim correndo e entrei no carro de Liam, fechando a porta e sorrindo pra ele.

— Pra que a pressa, Becca?
— Nada... É só que agora eu estou empolgada pra festa. – Dei uma explicação rápida. — Vamos?
Ele riu.

Chegamos à praia e foi difícil encontrar uma vaga pra estacionar o carro. Não sei se era por causa do calor que o dia estava fazendo ou se o motivo era a festa, mas o estacionamento e a praia estavam bem cheios. Quando finalmente conseguimos lugar para parar o carro eu liguei pras meninas para saber onde elas estavam. Liam trancou o carro e nós caminhamos até as garotas de mãos dadas.

— Rebecca! – Alyssa gritou quando me viu. – Você veio! – E correu pra me abraçar.
Natalie e Hailey chegaram depois rindo da espontaneidade de Ally.
— Eu nunca vou entender vocês garota. Tipo, nunca mesmo! – Liam disse sendo exagerado. Todas nós rimos.
— Então... Hora da festa! – Natalie gritou nos fazendo vibrar.

Hora da festa.

Continua...

Bom, também não temos Justin nesse capítulo e eu demorei bastante pra atualizar (a verdade é que esqueci do blog, atualizei só o Spirit e o Wattpad), mas em compensação tem TRAILER. Isso mesmo, eu fiz um trailer para a fic!!!! ~pulos de felicidade~


Espero que gostem!





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